Autistas percebem o mundo de forma diferente da maioria das pessoas.
Alguns possuem talentos muito especiais. Dentre estes os mais comuns são a atenção para detalhes, uma facilidade muito acima da média para números ou uma memória espetacular para determinada área do conhecimento ou mesmo várias formas de lógica (verbal ou numérica). Outros tem sentidos muito à flor da pele e podem diferenciar nuances cores, odores e sensações que a maioria das pessoas não podem.
Por isso alguns visionários começam a trazer esses talentos ao mercado de trabalho. Nossos exemplos de hoje são as firmas Auticon (empresa alemã) https://auticon.de/ e a SAP (empresa alemã/holandesa) https://www.sap.com/germany/index.html especializadas em setor de TI.
Segundo a Deutsche Welle https://www.dw.com/de/inklusion-asperger-autisten-als-it-spezialisten/a-59984933 a empresa Auticon com filiais em oito países, emprega atualmente 210 autistas nessa área de tecnologia e informática.
Já a SAP atualmente com 65 000 empregados pretende chegar à 1% de autistas especialistas no seu quadro de empregados em um breve espaço de tempo.
Claro que empresas que se propõe a compartilhar de talentos especiais também tem de ter a consciência para trazer algumas condições especiais no ambiente de trabalho. Mas sempre talentos especiais não acabaram por ter condições especiais no ambiente de trabalho? Por que não para autistas? O fato da pessoa ser autista, não está em primeira linha, mas sim a habilidade especial que ela traz e o que é preciso para que ela concretize seu trabalho a ser feito.
Esses recursos específicos que possibilitam a presença destes talentosos em ambiente comum de trabalho, podem variar de pessoa para pessoa, mas os mais comuns são cantos mais silenciosos e calmos ou um coach especialista para a mediação e acompanhamento na questão social caso hajam mal entendidos ou dificuldades.
Identificar a lógica semântica numérica de algo, que ainda não há um programa para identificá-la e assim criar um programa que o faça, é uma das diversas funções conhecidas como a destes trabalhadores. Para uma percepção de detalhes muito acima do normal e em um tempo excelente pode ser necessário um ambiente de trabalho mais calmo que facilite a concentração, mas parece que algum investimento e uma uma nova forma de perspectiva vale a pena para estes novos empregadores do século XXI.
Não somente a área de IT poderia se beneficiar do talento incomum de alguns autistas mas também a àrea de idiomas, laboratório, música, desenho e sem dúvida muitas outras seriam altamente afins. Praticamente não há limites. Há falta de conhecimento e alguma desconfiança.
O autismo envolve uma individualidade como qualquer outra. Nenhum autista é igual ao outro. Assim há autistas os quais trabalham em lugares comuns, sem nem serem percebidos como tais. No entanto, destacamos aqui aqueles que tem uma ou mais habilidades excepcionais e que necessitam somente de uma pequena adaptação no no local lavoral para poderem realizar tarefas fantásticas. É neste ponto que gostaríamos de sensibilizar empregadores visionários, start ups ou empresas já bem estabelecidas, pequenos ou grandes pioneiros para estas pérolas ainda escondidas devido a um preconceito antigo que estamos a por de lado.
Simone Clemens – Pedagoga de Talentos e Especialista em Coaching de Superdotação e Supersensibilidade pelo Conselho Europeu de Altas Habilidades da Universidade de Münster – Alemanha e IFLW, pedagoga Montessori Internacional, Bacharel de música pela Universidade estadual de São Paulo e fundadora da EducarSi.